quinta-feira, 26 de junho de 2014

Livro no CCSP

Aqueles que quiserem o livro emprestado ou apenas dar uma olhada, há exemplar disponível na biblioteca Sérgio Miliet, no Centro Cultural São Paulo.

Para encontrar o livro no acervo, escolha o URL http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/ depois escolha Pesquisa Avançada, aí quando aparece a página, vc seleciona

Assunto: religião
Autor: Mara Martins
Título: Exú

Com esses três itens fica mais fácil a pesquisa.
Escrevo isso porquê dentro da biblioteca do Centro Cultural São Paulo, o acesso Internet é complicado. Aqueles que tiverem interesse em ter um exemplar, consultem os outros posts desse blog.

quinta-feira, 19 de junho de 2014

Pequena Entrevista


sobre religiões afrodescendentes


Larissa Martins da Costa Passos Moreira
1o jornalismo D
Entrevista
Professor Celso Unzelte – Jornalismo Básico
Livro promete quebrar preconceitos

Mestre em ciências da religião, Mara de Sá busca mostrar
em livro o Candomblé e a Umbanda verdadeiramente,
com a intenção de acabar com os preconceitos de uma
sociedade de maioria cristã.
Mara de Sá Martins da Costa Passos é formada em psicologia e é
mestre em ciências da religião pela Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC-SP) e em 2003 lançou o livro Exu Pede Passagem
pela Editora Terceira Margem. O livro, que já está na segunda edição,
promete desmistificar religiões afrodescendentes como Candomblé e
Umbanda para aqueles dispostos a aprender. Modesta, rejeitando ser
chamada de senhora, a escritora fala de seu objetivo humano e nos
dá uma introdução sobre o assunto.
Larissa Moreira: O que te levou a se interessar por religiões
afrodescendentes?
Mara de Sá: Desde que eu era criança, ficava revoltada com pessoas
chamando negros de forma pejorativa. Nessa época ainda não
tínhamos a palavra “afrodescendente”. Eu sabia que esse palavreado
fazia mal a eles. Queria fazer alguma coisa para ajudar a autoestima
dessas pessoas. Aí fiz minha graduação em psicologia e conseguia
entender que para nós, brancos, já é difícil construir uma autoestima,
como não deveria ser para um afrodescendente? No meu primeiro
ano eu tive aulas de antropologia e a minha professora conseguiu
fazer com que eu entendesse o racismo na sociedade.
LM: Da onde você acredita que vem a maior parte dos
preconceitos contra as religiões africanas?
MS: Bem, acredito que venha do fato do Brasil ter sido colonizado por
católicos. Os negros tinham uma “apreensão fenomênica de mundo”
diferente dos cristãos, ou seja, era mais difícil para eles assimilarem
os valores ensinados pelos padres, eles eram muito diferentes. A
maneira que encontraram de continuar “vivendo suas vidas” era com
os rituais, a chamada religião dos orixás.
LM: Qual a principal diferença dessas religiões para o
cristianismo?
MS: Para os cristãos, assim como para os judeus e os mulçumanos,
o mundo é dividido entre bem e mal. O Candomblé faz uma divisão
dialética, eles interpretam o mundo todo como algo que tanto pode
ser bom quanto pode ser mal. Por exemplo, o mesmo orixá que é
da alegria é o da tristeza. Já a Umbanda é originada no espiritismo
kardecista, mas leva no âmago muitos elementos cristãos. É como se
ela tivesse um pé no cristianismo e outro no candomblé.
LM: Qual é a sua opinião sobre a declaração do deputado de
que religiões afrodescendentes não podem realmente ser
consideradas religiões?
MS: [Risada] Ele fez uma declaração que mostra que ele não sabe
nada sobre o assunto. Foi de muita ignorância. Para começar,
ambas as religiões tem deuses supremos. No candomblé é Olorum
e na Umbanda é Zambi, podendo assumir nomes diferentes. Sobre
o “manual” que o deputado comenta, é verdade. Eles realmente
não têm palavra escrita, a tradição é oral, de pai para filho. Em
alguns lugares da África, a escrita é mal vista, porque a religião é
segredo. Ele também acredita que não há hierarquia. Claro que há.
No candomblé, é babalorixá e iyalorixá e na umbanda é pai e mãe de
santo. Além disso, na roda de santos, sempre há uma ordem para as
pessoas serem chamadas.
LM: Quais os pontos principais de seu livro?
MS: Além de falar sobre Exu, acredito que meu livro é capaz de
demostrar o que é religião e a importância que ela tem para os seres
humanos. Vejo o meu livro como capaz de desmitificar as religiões
afrodescendentes. Meu livro é uma maneira de quebrar preconceitos.
LM: Vinda de uma família de predominância católica, você
sofreu represálias quando começou a escrever o livro?
MS: Recebi sim. Minha mãe mesmo começou a achar que eu era
feiticeira. Mas eu não liguei.
LM: E da onde vem o título, Exu Pede Passagem?
MS: A expressão “Pede passagem” quer dizer licença para mostrar
quem é. Eu achei a expressão bonita. Acho que é isso que tentei
fazer com o livro, mostrar quem o Exu realmente é.