quinta-feira, 24 de julho de 2014

Considerando o mesmo assunto

(este texto visava uma argumentação filosófica as questões colocadas pelo juiz que declarou que a Umbanda e o Candomblé não são religiões - a polêmica já terminou mas acho útil acrescentar essas linhas)

Primeiramente, eu faço uma abordagem filosófica acerca do que é religião.  Donde se originam as religiões e a enorme dependência do homo sapiens em relação a elas. Baseio-me na obra do filósofo francês Edgar Morin.

As religiões constam em todas as culturas de massa. Religião, mito e magia foram acontecendo no imaginário humano, na medida em que ele precisava de respostas as suas questões existenciais, principalmente quanto a irrupção consciente da morte, como fato consumado.

E rituais fúnebres, assim como quaisquer outras celebrações (aniversários, bodas, colação de grau, formaturas) todas servem para dar sentido as nossas vidas, tão carentes do mesmo.

2) A afirmação de que a Umbanda e o Candomblé não possuem um "Manual de Bordo", como por exemplo, a Bíblia (para os cristãos) também não é justa porquê são religiões que provem de culturas sem palavra escrita. Existem os Itan-Ifá, mas as tradições, rezas e rituais são baseados na oralidade, nos segredos (awô) passados de pais para filhos e na ancestralidade.

3) Existe hierarquia sim. Os Babalorixás e Iyalorixás, ou Pai de Santo ou Mãe de Santo. Os Filhos e Filhas de Santo, os Ogãs, as Equedes, o Pai Pequeno e a Mãe Pequena, além de muitos outros cargos e funções.

No Candomblé, existe sim, um deus supremo. Chama-se Olorum, nome que pode desdobrar-se em outros. Olodunmare, Obatalá, Oxalá. Na Umbanda, onde houve predomínio da língua Bantu, o deus supremo chama-se Zambi.

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